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segunda-feira, 23 de março de 2009

NÃO EXISTE CULTURA DE EXIGÊNCIA EM PORTUGAL


Já tenho saudades dos tempos em que não se sabia quem ganhava.
Agora é diferente, já não sai vencedor o melhor, mas aquele que se movimenta melhor, o que melhor se movimenta na Liga, ou noutro sítio qualquer.
Este nosso futebol não tem verdade.
A comunicação social não é suficientemente independente, e por consequência não é livre, e quando assim é, o que está mal, mal continua.
Se se ler atentamente frase por frase o que é escrito, apercebemo-nos que as expressões de elogio, os adjectivos que exprimem admiração e reconhecimento, são escassisssimos.
Mas o que faz título, o que faz noticia, é a crítica, a acusação e o escandalo.
Não existe cultura de exigência em Portugal.
As pessoas que gostam do desporto pelo desporto já não suportam a gíria futebolistica.
Não é a minha recusa ou de qualquer outro sportinguista em particular, é uma intolerância generalizada.Nesta altura jovens e velhos, mulheres e homens sabem que o nosso futebol é uma batota.
E a inércia governamental, para que a verdade seja reposta, é gritante.
Ao observar o rosto dos nossos politicos, quando se fala de futebol, dou-me conta de que estão perdidos.Os instrumentos de convencimento, que usaram até agora,perderam toda a eficácia.
E os dirigentes que existem no futebol, a maioria está não por nada quererem, mas sim por não quererem que as coisas existam. Cheios de ressentimentos, de rancor,são contra tudo o que funciona bem.Este tipo de gente tanto se encontra à direita como à esquerda, entre católicos como entre laicos, porque a sua mentalidade é de poderem agarrar e destruir. São pessoas que duvidam dos seus sentimentos, e voltam atrás contantemente nas suas decisões.
São pessoas vaidosas, e que querem fazer boa figura, mas não têm capacidade e fantasia suficientes para isso.
A situação piora quando entra em campo, árbitros sem qualquer tipo de responsabilidade, sem postura, de quem sentimos pena, porque sabemos que não reagem quando ofendidos, e porque são presas fáceis e moldados pelos papagaios presunçosos que existem no nosso futebol.
A juntar a toda esta pobreza, temos alguns advogados, ex-dirigentes sindicais, empresários, treinadores no desemprego e outros candiadatos a jornalistas desportivos, que nos dão periodos de tempo verdadeiramente patéticos.São especialistas em construir um nevoeiro, que não nos deixa distinguir com clareza,o real do irreal.
A opinião de quem não sabe nada, acaba por contar tanto como a de quem sabe.
Basta só que lhes dêem visibilidade na televisão. Esta gente faz parte de um grupo que existe no nosso paìs, que perdeu o sentido do futuro. Por isso perdeu também o sentido do passado.
Existe várias maneira de melhorar a incompetência , mas a melhor de todas é ensinar-se desde pequeno a ser vertical e a ter atitude.
O futebol é um fado que nem todos sabem cantar.

Carlos Lopes

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